quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Entrevista com Rafael Fernandes, por Luiz Neto


Olá, humanos, Inteligências artificiais e demais seres sencientes! Essa semana temos uma entrevista sensacional com Rafael Fernandes, um quadrinista, historiador e escritor de Brasília, minha terra natal. Eis aqui as perguntas:

1-) Dinâmico Erre já tem mais de 30 anos. Depois de todo esse tempo, você diria que o personagem deixou uma marca na identidade brasiliense?
Eu diria que o personagem ganhou um espaço importante e é reconhecido no meio, mas faltou um trabalho contínuo para deixar uma marca forte. Infelizmente não me dedico só a ele e nos últimos anos tenho dado atenção a outros projetos na área de História e memória, mas sempre que surge uma oportunidade o Dinâmico reaparece. A última foi em um projeto na Escola Classe 04 do Cruzeiro em uma ação pedagógica onde levamos o herói para o alto de um bloco do lado do colégio para delírio das crianças. Ganhamos vários fãs e futuros leitores!

2-) Ser um autor no Brasil já é um desafio. Você sente que a cor é mais um obstáculo na carreira do autor negro nacional? O que você acha sobre a representatividade negra nos quadrinhos?
Não dá para negar que o racismo exista e precisa ser combatido, mas eu não cheguei a sentir isso no meio. Percebo que as oportunidades para o quadrinho nacional são pequenas e só com muito trabalho e insistência se consegue algum espaço. Felizmente a questão étnica nos quadrinhos é positiva, com autores negros e histórias abordando o negro sendo publicadas e alcançando as pessoas de modo a proporcionar reflexões. É um lado social que a nona arte oferece muito bem.

3-) O que você acha sobre o ambiente de criação de quadrinhos em Brasília? Há espaço para gente nova? E o público leitor da capital, já tem o hábito de ler HQ’s ou isso é algo pelo qual ainda teremos que batalhar?
Os espaços são poucos e eu diria que menos até do que há dez ou vinte anos. A internet acabou facilitando com a publicação digital, mas os encontros e oficinas são bem mais raros. Com a 508 Sul (Espaço Renato Russo) fechado há tantos anos se perdeu um local de referência. Eu vivia por lá e conheci muita gente boa. Hoje ainda acontece alguns eventos e há trabalhos consistentes, mas a batalha segue árdua para todos. O que não pode é desistir.

4-) Você estará na I Feira de Afroempreendedores de Brasília? O que acha da iniciativa?

Estarei lá em alguns dias. O trabalho não permite estar o tempo todo, pois sou professor da rede pública, mas o tempo livre que eu tiver, estarei lá para interagir. Iniciativas assim precisam ser mais constantes. Temos público e temos autores com belos trabalhos a serem apresentados com certeza. Uma grande ideia de fato.


5-) Gostaria de deixar mais um recado para os leitores?

Para quem conhece e gosta do Dinâmico R, após tanto tempo sem material inédito, estou planejando retomar a história ano que vem. Espero que dê certo. É para o público em geral, prestigiem o artista local. Permitam-se conhecer o trabalho fora da grande mídia. As produções independentes oferecem muito material de qualidade. Forte abraço a todos!

Para encerrar, eu gostaria de agradecer ao autor por ter nos concedido essa entrevista excelente.



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