segunda-feira, 25 de maio de 2020

Minha História na ARUC

Sou nascido e criado no Cruzeiro Novo. Minha lembrança mais antiga da Aruc foi jogar bola no campo de areia com os colegas da escola depois da aula. Depois, já cursando História na UnB, começava minha pesquisa sobre o Cruzeiro e fui visitar a sala de troféus e ler alguns documentos e recortes de jornais. Eu já acompanhava a ARUC da arquibancada. Vi um desfile perto da Torre, e assisti duas ou três apurações. Quando surgiu o time de futebol profissional, aí me aproximei mais. Fui a quase todos os jogos da Divisão de acesso em 2000 e estava na final quando perdemos para o Brasiliense no Mané Garrincha, mas subimos para Primeira Divisão. Fã de futebol, tudo o que eu queria era um time para representar o Cruzeiro no Candangão. A ARUC passou a ser cada vez mais uma paixão.
Acompanhei o time por gramados de todo o DF. Nessa época eu fazia um curso de Webdesigner, (criação de sites para internet). Assim surgiu uma página não oficial, nos primórdios da internet. Tive a honra de ser o primeiro a colocar a ARUC na rede mundial. Neste início de século, havia o programa BSB Esporte, comandado pelo Agrício Braga, reconhecido dirigente esportivo que levara o Gama à primeira divisão do Brasileirão. Eu assistia sempre o programa semanal sobre o esporte local. Em uma edição, o Moa foi ao programa, pois havia sido eleito presidente em 2002. Eu então mandei um e-mail ao programa, falando do site não-oficial que eu havia criado. O Agrício passou meu contato para ele ao vivo.
No dia seguinte recebi uma ligação da Luzia Tremendani, e surgiu o convite para ir à Aruc. Fui recebido pela diretoria, mas foi o Helio Tremendani quem me apresentou a sala de troféus e ficou um tempão me falando sobre a história da Aruc. Ele me passou um monte de materiais que ele reunira por anos, (que eu não tive acesso na época da pesquisa) para eu acrescentar mais sobre a história ao site. E o Moa deu o aval para que o site se torna-se oficial. Haveria o lançamento do enredo 2003, sobre Cora Coralina, e aproveitariam para apresentar o site na quadra. Em uma época em que internet não era tão acessível, coube ao Francisco Paulo Do Nascimento trazer o seu laptop pessoal para eu salvar os arquivos do site e fazer uma apresentação "off-line". Dali para frente, fiquei conhecido por muitos como o "Rafael do site". 
Logo virei fotógrafo de jogos e eventos, fui me envolvendo, participando, conhecendo. Quando veio a nova eleição, o candidato era o Sinval Simões Neto, e ele me convidou para ser seu diretor de cultura em 2004. Sinval venceu e eu entrei para diretoria, substituindo ninguém menos que o Luis Turiba. Foram cinco mandatos na função. Cuidava do site, buscava matérias na internet, e aprendia mais. Gosto de samba e futebol, mas é a História que mexe comigo.
Em 2007 escrevi e publiquei o livro "Voa Gavião", a partir do material com o qual trabalhava constantemente. Eu queria ter lançado o livro nos 50 anos, mas a situação com o terreno exigia um material que mostrasse o valor da Aruc para o governo. Pouco depois, na gestão do Helio, apresentei o pedido formal para o Registro como Patrimônio Cultural Imaterial à Secretaria de Cultura. No ano seguinte, já com o Moa de volta à presidência, o governador assinou o decreto, dando o reconhecimento legal que seria fundamental para regularização de nosso terreno.
Em 2011 colaborei com o Moa na produção do enredo sobre os 50 anos: Aruc, Jubileu de Ouro, ano de nosso último título. Em 2013, a convite do Abelardo Lopes Monteiro Filho, Wellington Vareta e Careca, desenvolvi o enredo sobre o amor: "O Gavião apaixonado apresenta três formas de amor: eros, ágape e philia". Não fomos campeões, mas foi um dos mais belos sambas dos últimos anos. Eu considero os enredos de 2008 e este de 2013, como as derrotas mais doídas.
Sempre na Aruc, isso me levou ao cargo de Gerente de Cultura do Cruzeiro entre 2011 e 2014. Saí da Administração Regional trazendo comigo o projeto da Casa da Memória do Cruzeiro, que junto ao acervo reunido pelo Helio, formou o atual Instituto Aruc Cultural.
E agora, dezoito anos depois de ser recebido por tantos nomes importantes de nossa agremiação, com os quais aprendi tudo sobre Aruc, apresento meu nome como candidato a presidente. Renovação é isso. É aprender, conhecer, respeitar o passado e quem o construiu; para só então se propor a renovar. Ser um novo nome a assumir tão grande responsabilidade, com ideias novas, cabeças diferentes e novos tempos. Passado e presente dialogando sempre para construir o futuro. Sou professor de História, e pelo menos disso eu entendo bem. Dia 30, peço seu voto, por toda esta história.
Renovação com responsabilidade é Chapa 1.