sábado, 23 de dezembro de 2017

Tombamento x grades


O Conselho Regional de Cultura do Cruzeiro vem apoiar a questão das grades do Cruzeiro Novo, mas propõe uma reflexão que chamou nossa atenção.
A decisão do STF se baseia no tombamento de Brasília, o que tem levado alguns moradores em redes sociais a sugerir que o Cruzeiro deixe de ser área tombada. 
Consideramos tal proposta um erro e entendemos que o Cruzeiro é parte importante na área tombada como Patrimônio cultural da Humanidade.
A discussão em torno das grades ocorre em razão da segurança, sem prejuízo do tombamento histórico. O fato do Cruzeiro ter hoje seus pilotis cercados, diferente do que ocorre na Asa Sul e Asa Norte, é por serem as quadras diferentes. Nossos blocos residenciais são rentes às ruas. Não temos Superquadras, com os jardins, a área de circulação de pedestres e um traçado de ruas internas que obrigam os veículos a desacelerar.
Saímos de nossa portaria e já estamos em frente à rua. Quando o Cruzeiro Novo foi construído, não havia previsão para a quantidade de carros que temos hoje. As grades no Cruzeiro Novo se justificaram pelas próprias condições urbanas da cidade.
O Cruzeiro, contudo, faz parte de um contexto maior. Faz parte da capital federal, do plano piloto concebido por Lúcio Costa, que foi consagrado mundialmente como um exemplo de arquitetura e urbanismo. De qualidade de vida.
O Cruzeiro é diferente das Asas Sul e Norte, mas é parte desta cidade. Seu tombamento se justifica pelos fatores históricos que lhe deram origem. Mas é preciso reconhecer que diferenças existem.
A população só instalou as grades quando uma lei autorizou. O fato desta lei ter caído e ferir o tombamento não muda o fato das grades serem uma realidade necessária.
Mais do que proteger as propriedades, protege pessoas que ficam embaixo dos blocos e podem estar sujeitas a acidentes. Crianças brincam embaixo do bloco e ficam menos expostas.
O tombamento por outro lado não deve ser visto como um fardo. Representa proteger a cidade da especulação imobiliária, preservando características como o gabarito de 4 andares e o não aumento da densidade populacional que já é bastante alta.
A busca por uma solução precisa ser conciliatória, atendendo à segurança, mas também preservando um título que é referência mundial. O Cruzeiro não pode fazer tal opção, a qual nem é viável. O Estado precisa assumir seu papel em garantir a nossa segurança e evitar uma vergonha mundial que seria abrir mão de tão importante honraria.

Rafael Fernandes de Souza é vice-presidente do
Conselho Regional de Cultura do Cruzeiro

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Catálogo disponível para web


O Catálogo do acervo da Casa da Memória do Cruzeiro está disponível para download em versão web na plataforma ISSUU. Basta clicar na imagem acima para acessar o arquivo e ter acesso ao seu conteúdo completo.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

58 anos do Cruzeiro-DF


Hoje é mais um 30 de novembro, aniversário de nosso Cruzeiro. Mas nem sempre foi assim. Até os seus 28 anos, não havia tal comemoração. O Cruzeiro era parte do Plano Piloto sem receber o mesmo tratamento por parte do governo. Não era cidade-satélite de fato, e esta ambiguidade levava a um certo descaso por parte das autoridades. Foi pensando nisso que um grupo de moradores, integrantes do departamento cultural da ARUC começou uma pesquisa em arquivos, como o CEDOC do Correio Braziliense e a Novacap, para identificar a data de fundação do Cruzeiro. E se descobriu que a cidade que começou a ser construída em 1958, recebeu os primeiros moradores em 1959. Famílias que vieram para construção por aqui já moravam em habitações provisórias, das quais estava a família de Chico Bombeiro ainda hoje na cidade, mas ao receber a primeira casa de alvenaria, a família de Dona Ivoone ficou com a incumbência de receber os novos moradores. Esta informação foi repassada ao GDF com um dossiê, e em 1987 o então governador José Aparecido assinava o decreto que oficializava 30 de novembro de 1959 como aniversário do Cruzeiro. A partir de então, todos os anos foram não só de comemoração, mas de maior atenção para a nossa região, e o Cruzeiro aos poucos foi recebendo melhor infraestrutura. Uma cidade praticamente pronta, mas que precisa de constante manutenção. Hoje é dia de celebrar nossa história. E isto graças ao trabalho de Helio do Santos, Ismael, José César, Wallemberg, Irineu, Maurício e Cláudio Moreno. São 30 anos de comemorações nesta data.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Catálogo do acervo da CMC

O projeto do Catálogo do acervo pelo FAC se concluiu nesta semana com o lançamento da publicação. O material será distribuído nas escolas, na biblioteca pública e na Feira Literária do Cruzeiro que ocorre na Feira até domingo. Mas esta foi só uma etapa. Foram 7.568 fotos e não acabou. A riqueza do acervo é tão grande que continuaremos em breve com o projeto, tão logo seja possível. Vamos descansar um pouco depois de um ano e meio separando, identificando, digitalizando. Quero agradecer muito à nossa dedicada equipe, formada por Claudelis, Deuzani Candido Noleto, Cecília Martini Guilam, Luiz Borges Neto, Mauro Rocha, Jader e Fábio.


E dizer que tudo foi possível graças à “loucura” em reunir fotos e jornais por mais de 40 anos, que só um apaixonado pela ARUC e o Cruzeiro como o Helio Tremendani seria capaz. Coordenar este projeto, foi para mim, enquanto professor de História nascido e criado no Cruzeiro, uma honra.


E um privilégio de ter o Helio como amigo, mas também como um mentor, pois além de botafoguense, é um cruzeirense dos mais importantes. Se nesta semana comemoramos o aniversário do Cruzeiro, é por ele e outros abnegados terem feito o levantamento da data de fundação quando ninguém sabia qual era, trinta anos atrás. Nossa história é riquíssima, e agora está mais acessível a todos. Em breve o site www.casamemoriacruzeiro.org.br estará devidamente abastecido com todo o acervo que remete a estes 58 anos do antigo Bairro do Gavião.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Entrevista com Rafael Fernandes, por Luiz Neto


Olá, humanos, Inteligências artificiais e demais seres sencientes! Essa semana temos uma entrevista sensacional com Rafael Fernandes, um quadrinista, historiador e escritor de Brasília, minha terra natal. Eis aqui as perguntas:

1-) Dinâmico Erre já tem mais de 30 anos. Depois de todo esse tempo, você diria que o personagem deixou uma marca na identidade brasiliense?
Eu diria que o personagem ganhou um espaço importante e é reconhecido no meio, mas faltou um trabalho contínuo para deixar uma marca forte. Infelizmente não me dedico só a ele e nos últimos anos tenho dado atenção a outros projetos na área de História e memória, mas sempre que surge uma oportunidade o Dinâmico reaparece. A última foi em um projeto na Escola Classe 04 do Cruzeiro em uma ação pedagógica onde levamos o herói para o alto de um bloco do lado do colégio para delírio das crianças. Ganhamos vários fãs e futuros leitores!

2-) Ser um autor no Brasil já é um desafio. Você sente que a cor é mais um obstáculo na carreira do autor negro nacional? O que você acha sobre a representatividade negra nos quadrinhos?
Não dá para negar que o racismo exista e precisa ser combatido, mas eu não cheguei a sentir isso no meio. Percebo que as oportunidades para o quadrinho nacional são pequenas e só com muito trabalho e insistência se consegue algum espaço. Felizmente a questão étnica nos quadrinhos é positiva, com autores negros e histórias abordando o negro sendo publicadas e alcançando as pessoas de modo a proporcionar reflexões. É um lado social que a nona arte oferece muito bem.

3-) O que você acha sobre o ambiente de criação de quadrinhos em Brasília? Há espaço para gente nova? E o público leitor da capital, já tem o hábito de ler HQ’s ou isso é algo pelo qual ainda teremos que batalhar?
Os espaços são poucos e eu diria que menos até do que há dez ou vinte anos. A internet acabou facilitando com a publicação digital, mas os encontros e oficinas são bem mais raros. Com a 508 Sul (Espaço Renato Russo) fechado há tantos anos se perdeu um local de referência. Eu vivia por lá e conheci muita gente boa. Hoje ainda acontece alguns eventos e há trabalhos consistentes, mas a batalha segue árdua para todos. O que não pode é desistir.

4-) Você estará na I Feira de Afroempreendedores de Brasília? O que acha da iniciativa?

Estarei lá em alguns dias. O trabalho não permite estar o tempo todo, pois sou professor da rede pública, mas o tempo livre que eu tiver, estarei lá para interagir. Iniciativas assim precisam ser mais constantes. Temos público e temos autores com belos trabalhos a serem apresentados com certeza. Uma grande ideia de fato.


5-) Gostaria de deixar mais um recado para os leitores?

Para quem conhece e gosta do Dinâmico R, após tanto tempo sem material inédito, estou planejando retomar a história ano que vem. Espero que dê certo. É para o público em geral, prestigiem o artista local. Permitam-se conhecer o trabalho fora da grande mídia. As produções independentes oferecem muito material de qualidade. Forte abraço a todos!

Para encerrar, eu gostaria de agradecer ao autor por ter nos concedido essa entrevista excelente.



sábado, 14 de outubro de 2017

Passeio ciclístico da EC 04

No sábado, dia 7 de outubro, a Escola Classe 04 promoveu o seu passeio ciclístico anual pelas ruas do Cruzeiro. E como o tema do projeto pedagógico da escola segue "Somos todos super-heróis", o Dinâmico Erre foi mais uma vez convidado a participar de uma atividade com as crianças da escola.
Veja algumas imagens de nosso herói ao lado da Mulher-Maravilha e do Capitão América.




quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Feira de quadrinhos na Caixa Cultural


Na tarde de segunda, dia 4/09, estive com meus livros na feira do 2º Encontro de Quadrinhos de Brasília (EnQuadrinhos), realizado na Caixa Cultural. Foi uma boa oportunidade de expor meus trabalhos mais uma vez, circular um pouco e fazer novos contatos.




domingo, 3 de setembro de 2017

2º EnQuadrinhos


Estarei na Feira de quadrinhos do 2º Encontro de Quadrinhos de Brasília, com os livros, gibis e outros materiais do super-herói cruzeirense em conjunto com outros autores da cidade. Será nesta segunda, dia 4/09, de 16h às 19h na Caixa Cultural.


domingo, 30 de julho de 2017

Em defesa do FAC


Ato show em defesa do Fundo de Apoio a Cultura (FAC).
Dia 1º de agosto, às 14h, na Câmara Legislativa do DF com participação dos artistas da cidade.
Produção do vídeo: Lucas Rafael.
Fórum de Cultura do Distrito Federal.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Escultura do Dinâmico R

Na Feira do Livro conheci o trabalho de Minimodelismo e esculturas do Rômulo Guedes, com reproduções de capas de gibis de heróis conhecidos como Homem-Aranha e Batman, além de veículos variados. Uma breve conversa e encomendei uma escultura do Dinâmico R, a partir dos desenhos do gibi nº2, aquele da adaptação do clipe da Plebe Rude. Eis o resultado:




Vai ficar em destaque na estante da minha sala. ;)
Quando houver eventos com a Academia Cruzeirense de Letras ou algo mais com os livros e gibis, vou levar para expor. Mas será só para expor, afinal só tenho um.
E para quem quiser conhecer e encomendar trabalhos com o Rômulo, clique aqui para conhecer o seu facebook.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Trabalhos dos alunos da EC 04 do Cruzeiro

E o projeto Vivências: somos todos super-heróis segue na Escola Classe 04 do Cruzeiro. Depois de toda a repercussão da visita do Dinâmico Erre ao colégio e encontrar alunos na Feira do Livro, recebi da direção os trabalhos feitos por eles. Vejam que bacana estas novas interpretações do herói de capa, máscara e... boné!











terça-feira, 20 de junho de 2017

33a Feira do Livro de Brasília



Estamos pela segunda vez seguida na Feira do Livro de Brasilia, que este ano volta ao Pátio Brasil Shopping. A Feira começou no dia 16 de junho e vai até domingo, dia 25.
 
Os livros e revistas do Dinâmico R estão à venda apenas no estande da Academia Cruzeirense de Letras, que fica logo à direita da entrada W3 Sul do shopping.
Produto exclusivo da ACL são os ímãs poéticos, com textos do acadêmicos. Entre eles há dois sobre o Dinâmico Erre, sendo um com a letra da música tema e outros dois com uma cena do gibi e a capa do primeiro livro.
Eu fico no estande nas tardes de segunda a sexta, das 13h30 às 18h, mas o estande funciona por toda a Feira, de 10h às 22h. No sábado, dia 24 às 19h tem o Sarau Cruzeiro em Letras com muita poesia, música e arte em geral.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Super-herói do Cruzeiro vira projeto pedagógico na Escola Classe 04

Por Maria Carla em 14/jun/2017 (Sinpro-DF)

Na primeira semana de maio, a euforia tomou conta dos/as estudantes da Escola Classe 04 (EC04), do Cruzeiro Novo. Dinâmico R, o super-herói do Cruzeiro, apareceu na escola em carne e osso e trouxe consigo um dos momentos mais emocionantes que a escola já viveu nos últimos tempos. Sua breve passagem pelo ambiente escolar transformou em realidade o sonho da criançada de ver um super-herói ao vivo e a cores.

O burburinho começou quando os/as estudantes do 1º ao 5º Ano, com idades entre 4 e 11 anos, perceberam o vulto sorrateiro e rápido passar pela janela das salas de aula. Dessa hora em diante, o aprendizado de ciências naturais, matemática, língua portuguesa e outras disciplinas lecionadas pelos/as professores/as de Atividades deu lugar à gritaria, à correria, ao falatório e à emoção.

Olhos arregalados e atentos, mãos geladas e trêmulas e respiração ofegante denunciavam o clima de alegria, felicidade e até de comoção. Todo mundo queria vê-lo de perto e experimentar um contato pessoal. Os/as 340 estudantes, distribuídos nos turnos matutino e vespertino, vibraram com a chegada tão desejada de Dinâmico R. Por muitos e muitos anos terão assunto para contar e, dentre eles, o de que viram, pessoalmente, um super-herói.

Uma estudante de 4 anos, da Cidade Estrutural, pediu, aos prantos, para abraçá-lo. Insistiu em um autógrafo. Mas, somente depois de muito choro e tensão, ela conseguiu, com as mãozinhas geladas, abraçá-lo. Foi a única que estabeleceu um contato pessoal com o super-herói. Outro estudante, do alto dos seus 9 anos, assegurou à diretora que o viu sair voando do quinto andar do prédio ao lado da escola.

“Desci do prédio e quando cheguei à escola, para minha surpresa, ela [a estudante de 4 anos] estava chorando muito porque queria abraçar e obter um autógrafo do Dinâmico R. Ela tremia. Foi muito tocante. Eu a abracei e a peguei no colo. Dei a assinatura para ela e perguntei onde ela morava. Ela disse que morava na Estrutural e pediu para eu ir na casa dela. Foi tudo muito gostoso. Isso encanta a gente”, relata Fábio da Silva, professor de artes do CEM Elefante Branco, do CEM 02 do Cruzeiro e diretor de teatro.

Por mais de duas décadas Fábio tem participado da produção teatral relacionada ao Dinâmico R. Dirigiu as peças de teatro encenadas nas escolas por estudantes e participou de outras produções relacionadas ao super-herói. Ele foi convidado pelo criador do personagem, Rafael Fernandes de Souza, professor de história do CEM 02 do Cruzeiro, para interpretá-lo no teatro e, a partir desse contato, toda a produção envolvendo o tema é elaborada pelos dois professores. E assim fizeram durante anos.

Mas, há alguns anos, dedicados a outras atividades, arquivaram o projeto. Este ano, ele ressurge na EC 04, por intermédio da servidora Lílian, que conhecia a obra e o autor e viu no subtema deste ano do Projeto Vivências a oportunidade de ressuscitá-lo. Juntamente com a diretoria da escola, Rafael planejou uma exposição literária para apresentação do super-herói brasiliense.

No entanto, os/as estudantes queriam mais: desejavam ver o próprio Dinâmico R em ação. Daí a ideia de criar uma apresentação teatral em palco aberto para atender aos anseios da criançada, “já que ele é do Cruzeiro”. A ideia era fazê-lo passar rapidamente por dentro da escola e levá-lo ao “quinto” andar de um dos blocos do Cruzeiro Novo de forma que a criançada pudesse avistá-lo de lá de baixo, do pátio da escola.

O fato é que Dinâmico R, “o super-herói do Cruzeiro” ou “o cara do quinto andar”, aterrissou na EC04 pelas mãos do seu criador, Rafael, para integrar o Projeto Vivências, levar as crianças ao delírio e ajudar professores/as e diretoria a promoverem a multidisciplinaridade, interatividade e interdisciplinaridade previstas no currículo de uma escola classe.

Professores dão vida a super-herói 
A trajetória de Rafael com seu personagem na literatura, nos quadrinhos, no teatro e até na música vem de muito tempo. A parceria com Fábio também. No fim da década de 1990, ele readaptou as crônicas para o texto teatral e, desde então, Fábio dá vida “humana” ao personagem e o desenha para os quadrinhos.

Todo esse trabalho produzido em mais de três décadas integrou uma exposição na EC04, em abril deste ano, como parte do projeto “Vivências”, cujo subtema de 2017 é Somos todos super-heróis: vamos combater o desperdício. “Trouxe tudo o que produzi e fiz uma palestra para eles. Contei que criei Dinâmico R quando ainda era criança e, como eles, estudava numa escola pública. Falei sobre a possibilidade de todos eles poderem desenvolver e materializar ideias e habilidades como essa e outras que fazem parte do imaginário de cada um”, contou o professor.

Ele diz que as histórias do Dinâmico são todas relacionadas ao Cruzeiro Novo e Velho. “Ele é conhecido como o cara do quinto andar. Como no Cruzeiro Novo os blocos são todos de quatro andares, ele fica no quinto andar, andando pelos telhados. As histórias têm esse enredo”, explica.

Diferentemente dos outros personagens reais que participaram do Vivências no primeiro semestre deste ano, o de Rafael teve de ir à escola, oficialmente, duas vezes. A primeira vez foi para ele expor sua produção literária e falar sobre a história do super-herói, cujos objetos integraram uma exposição realizada na escola. As crianças apreciaram a exposição, folhearam os livros, viram os desenhos, assistiram ao vídeo e visualizaram a roupa que havia sido usada nas peças de teatro. Tudo foi preparado para atiçar a curiosidade delas.

“Mas quando eu vim conversar, elas estavam na expectativa de se encontrar com o próprio super-herói e não com o cara que escreve as histórias. Daí a ideia de trazer o Dinâmico R. Combinamos tudo com a diretoria, que deu a ideia de dar movimento e fazer os estudantes protagonizarem também esse momento. Em vez de o super-herói chegar no pátio e brincar com as crianças na hora do recreio, o emocionante seria criar um clima, fazê-lo passar pela escola, como um vulto, como se estivesse realizando uma ação para que as crianças o vissem em cena, percebessem o vulto passando pelas janelas das salas de aula. E assim foi feito. Voltei a convidar o Fábio e deu tudo certo. Foi uma emoção”, contra o professor de história.

Projeto literário Dinâmico R
Criado por Rafael em 1984, quando ainda era estudante do ensino básico da rede pública do DF, o super-herói do Cruzeiro foi materializado em crônicas publicadas no livro “Dýnamis Érrion”, publicado em 1998. Em 2004, Rafael publicou o “Almanaque do Dinâmico R” para comemorar os 20 anos do personagem.

Em 2005, publicou um livro com novas histórias e, em seguida, o personagem foi adaptado para o teatro. Logo em seguida, ganhou um videoclipe e se tornou personagem de dois gibis. Em 2007, estrelou como personagem do videoclipe que lançou a música “R ao contrário”, do grupo brasiliense de rock Plebe Rude. Este ano ele volta com um tom pedagógico para a alegria das crianças da EC04.

O Projeto Vivências
Há mais de 10 anos, o Projeto Vivências foi implantado na instituição para servir de eixo, orientar e promover o Projeto Político Pedagógico da escola. Foi criado pela diretora Rivânia Lima de Oliveira, que se aposentou em 2016. E prossegue com a atual diretora, Simone Alves Cardoso Martins, e vice-diretora, Graziella Hott do Amaral. Este ano, com o subtema Somos todos super-heróis: vamos combater o desperdício, elas pretendem levar as crianças a pensarem em como evitar o desperdício, sobretudo de água.

“A gente trabalha os super-heróis com a ideia de que “somos todos super-heróis”. Inicialmente, trabalhamos as características de cada super-herói da fantasia. Depois, em outra etapa do projeto, o super-herói é trabalhado na vida real. E aí entrou a simulação do bombeiro aqui na escola, bem como outros profissionais, que são personagens reais, do dia a dia, como policiais, enfermeiros, socorristas, os quais irão atuar também neste trabalho”, informa a diretora.

Nos dias da apresentação do Dinâmico R, a diretoria da escola e os/as professores/as prepararam a criançada para compreender o que vem a ser um super-herói na fantasia e na vida real, promovendo, assim, os temas transversais previstos no Currículo em Movimento, que prevê o ensino da educação ambiental e dos valores culturais, morais, éticos e sociais para estudantes da faixa etária de uma escola classe.

Na fantasia, mostraram que se trata de um personagem que ninguém pode imitar na ação de voar, mas pode imitá-lo na atitude mental de ser bom e desejar o bem, e no comportamento, agindo com amabilidade, companheirismo, responsabilidade, honestidade, fraternidade, cooperação, não discriminação, não violência, tolerância, ética, respeito, entre outros valores que transformam a sociedade em lugar de justiça e paz.

A diretora explicou que “o projeto trouxe o tema do super-herói para instigar e despertar na comunidade escolar, sobretudo nos/as nossos/as estudantes, o fato de que todos/as podemos ser super-herói e super-heroínas e que ele e ela, enquanto criança, podem também mudar a realidade para melhor. Não é somente o super-herói e aquela pessoa da fantasia que a criança imagina ter poderes que está pronta para realizar o sonho, para ajudar, para defender alguém”.

Graziela Hott, vice-diretora, complementa: “Essa é a primeira parte do projeto, que trata de conhecer o que é um super-herói, de como ele é, como seria, o que faz um super-herói, que tem os inimigos. Aponta o que ele combate. Para isso, fizemos o painel com os super do bem e os super do mal no qual mostramos as indagações: O que ele defenderia? O que o mal quer destruir? O que o super-herói defende?”

Ela diz que, em seguida, “pedimos aos/às professores/as para trabalharem, nesse primeiro momento, o “eu”, a família, que já é trabalhado no currículo, e, a partir daí, a gente vai para o super-herói da vida real. Você também pode ser um super-herói: essa é a segunda parte do projeto que irá mostrar ao/à estudante, ao pai e à mãe, etc. que todos/as podem ser também super-heróis”, explica.

Simone conta que um dos momentos apropriados para demonstração desse conceito foi no período do Dia das Mães. “Perguntei várias vezes se ela, a mãe deles/as, não poderia ser denominada de super-heroína. Ela não acorda cedo? Não dá conta de almoço? De lavar roupa? De cuidar de você? De trabalhar? De cuidar da casa? Ela não chega em casa do trabalho à noite e ainda vai cuidar de todos e fazer a janta? Ela é uma super-heroína, não é? Para conseguir fazer tudo isso só sendo uma super-heroína, não é? E assim levar isso para a vida deles/as e ver que tem possibilidade de se fazer as coisas com os valores emitidos pelos super-heróis”.

O projeto conta também com os superprotetores do recreio, que ajudam na organização do momento de descanso entre as aulas. “Eles têm uma capa de super-heróis, separam brigas, apazígua o ambiente”, comenta a vice-diretora. O objetivo é trazer de forma pedagógica e alegre os valores que se trabalha na escola, como a socialização, a solidariedade, o ajudar ao próximo, entre outros que formam o caráter e a personalidade da criança e abrem sua mente para aquisição do conhecimento.

“Como na segunda etapa do projeto a gente vai trabalhar a questão do desperdício, vamos trabalhar a conscientização de que ele é gerador dos fatores que formam a subjetividade da sociedade, contudo, não só na questão da solidariedade, mas também no combate às coisas que prejudicam. Na questão, por exemplo, de respeitar o outro ou de não desperdiçar os recursos hídricos. Vamos mostrar o que é ser vilão. Usamos vídeos de desenhos animados, como o da Liga da Justiça, no qual eles [os super-heróis da Liga] se sentem ameaçados por um menino prodígio que é o Ben 10 que fala que ele é o herói da própria vida, que tem um poder maravilhoso”, explica Simone.

Regina Célia Pinheiro, diretora de Política Educacional do Sinpro-DF, vê os dois projetos como fruto da liberdade de cátedra que existe hoje nas escolas. E destaca a gestão democrática como instrumento que assegura essa liberdade e apoia projetos pedagógicos, como o Vivências, e o artístico-literário, como o Dinâmico R, que reuniu dois professores, um de história e um de artes, numa produção literária infanto-juvenil.

“Não podemos deixar de citar a importância da gestão democrática nesse processo de construção de Projetos Políticos Pedagógicos. A gestão, além de tantos outros fatores, viabiliza a construção livre e criativa de toda a comunidade escolar, enriquecendo e fortalecendo o desenvolvimento do/a estudante, que envolve a interação dos conhecimentos, competências e motivações desse sujeito, trilhando, assim, no cotidiano escolar, o caminho para uma escola pública de qualidade, gratuita, socialmente referenciada, bandeira deste sindicato”, finaliza Regina.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Um vulto de azul, vai saltar?

Foram duas visitas. A primeira na tarde de quinta e a outra na manhã de sexta. Agora toda a escola pode dizer que viu o super-herói do Cruzeiro no alto de um bloco. Então o Dinâmico Erre existe mesmo de verdade! :o

Um vulto de azul passa pelas janelas das salas de aula.


Lá vem ele. O que ele está fazendo por aqui?

E agora no alto de um bloco!

Vai saltar?

As crianças vibram: Dinâmico Erre!

Foi muito legal. O Dinâmico Erre voando novamente pelos blocos do Cruzeiro!

Se no alto de um bloco avistar...

Após a boa recepção que tive na semana passada, e a expectativa das crianças em ver o Dinâmico R em ação, não pude negar. E o herói de capa, máscara e... boné fez uma aparição na tarde do dia 11/05 na Escola Classe 04 do Cruzeiro. Vejam como foi.

O Dinâmico R se prepara na sala da informática.

As professoras e equipe da escola são todas fãs do herói!

O autor e o herói. A prova que o Rafael não é ele. Os dois lado a lado. ;)

E lá vai ele fazer uma ronda pela escola

... o quinto andar!

No alto dos blocos do Cruzeiro Novo!

Lá na escola as crianças fazem a festa ao avistar o cara do quinto andar.

Emocionada, a pequena Yara fez questão de ver o herói de perto. Ganhou autógrafo e colo.

As crianças avistam um vulto de azul. Vai saltar?

Sim. Era ele. O cara do quinto andar!

O cara do quinto andar

Durante a aula de quinta a tarde um vulto de azul é visto no alto de um bloco pelos alunos da Escola Classe 04 do Cruzeiro. Será que é ele?



sábado, 6 de maio de 2017

Projeto Vivências: Somos todos super-heróis

Fui convidado pela direção da Escola Classe 04 do Cruzeiro para apresentar o Dinâmico Erre para as crianças em um projeto muito legal sobre super-heróis na sexta-feira, dia 5 de maio. Foi montada uma exposição com os quadros da época do Almanaque de 20 anos, os livros e gibis e a roupa da peça teatral.


Os alunos puderam ter um primeiro contato com o herói nesta pequena mostra e no dia seguinte eu fui para a escola para conversar com eles e passar os dois vídeo-clipes. Percebi o burburinho quando passei pelas salas: "É ele! É o Dinâmico Erre". 

A expectativa criada para que o próprio super-herói estivesse lá era muito grande, mas tive que explicar para eles que a vida de super-herói é muito movimentada e não dava para marcar hora e por isso eu fui em seu lugar para contar sobre o herói do Cruzeiro.

Há muito tempo não fazia esse tipo de atividade e fui tão bem recebido pelas crianças, que muito novas, estavam ansiosas para fazer perguntas como: Qual o nome de verdade dele? Ele sabe voar? Ele existe de verdade?



Comecei mostrando o clipe da música tema, onde muitos balançavam a cabeça como pequenos roqueiros sentadinhos no chão. Depois contei um pouco da história, mas deixei dar vazão à curiosidade deles e passei logo para as perguntas que foram várias. Novos leitores sendo formados naquele momento. 
Depois da saraivada de perguntas, passei o clipe feito para a Plebe Rude e os pequenos roqueirinhos também se animaram com o som e a animação na tela. Experiência marcante tanto pela manhã quanto a tarde, e depois ainda tive o momento de autógrafos e fotos com as turmas.









O projeto continua com as turmas lendo e criando seus personagens e desenvolvendo o hábito da leitura, mas fui bastante cobrado para que o Dinâmico R aparecesse em carne e osso. Preciso combinar com ele para fazer uma visita à escola, pois a vontade em ser visto era mesmo enorme.

Agradeço à Lílian que mostrou o Almanaque para equipe da escola e à diretora Simone pelo convite. Fiquei muito feliz em participar de um momento tão bacana e poder apresentar este trabalho para uma nova geração de leitores. Uma motivação muito grande para voltar a escrever e levar para eles o terceiro livro do herói de capa, máscara e... boné!