Entramos no mês de novembro. Mês de comemoração do aniversário do nosso Cruzeiro, que completará 60 anos no próximo dia 30. Jubileu de diamante, todo aniversário em números redondos recebe ainda mais celebrações. Nem sempre foi assim. Até 1987 o Cruzeiro era primo pobre do Plano Piloto de fato e de direito. Não tinha uma identidade administrativa própria no contexto do DF. E em meio a tanta falta de cuidados do governo, partiu da ARUC, por meio de seu departamento cultural, a iniciativa de identificar qual a data de nosso aniversário. Ao longo de seus primeiros 28 anos não se comemorava a origem da comunidade. Foi só com o trabalho de pessoas como Claudio Moreno, Ismael, José César, Helio dos Santos e outros abnegados que se chegou a uma data de referência baseada na entrega da primeira casa a uma família. O Cruzeiro não teve inauguração. É como aquela criança que não foi registrada pelo pai ao nascer, e só depois, já adulto foi reconhecido como tal e ganhou sua certidão. Foi preciso a dedicação de seus moradores, por meio de sua principal instituição cultural, em um pesquisa de fundamental importância para nossa identidade local, para hoje podermos comemorar os 60 anos do Cruzeiro. Independente da programação a ser desenvolvida pelo GDF, que o mês de novembro seja o momento de celebrarmos o amor por este nosso pedaço de chão, nosso "Torrão natal" como diz Adamor Maciel da Academia Cruzeirense de Letras. Desde a chegada dos primeiros trabalhadores que ergueram as casas, como a família de Chico Bombeiro e os primeiros a receberem as chaves como a família de dona Ivoone Araújo até os moradores recém chegados, e aqueles que mesmo longe mantém seus laços com este canto: vamos todas celebrar! Pois como eu sempre digo: QUEM É MANEIRO, MORA E VIVE NO CRUZEIRO!
Rafael Fernandes de Souza, professor de História. Gosta tanto do Cruzeiro que é presidente do Conselho regional de cultura, membro fundador da Academia Cruzeirense de Letras e diretor administrativo da ARUC.