domingo, 16 de dezembro de 2018

20 anos da Bolsa Brasília de Produção Literária

Era o ano de 1998 e a Secretaria de Cultura do Distrito Federal promovia um concurso para publicação de autores brasilienses. Aquela seria a segunda edição da Bolsa Brasília de Produção Literária.
Eu era estudante de História da UnB, e tinha como meu maior passatempo escrever as histórias de um super-herói de capa, máscara e boné. Eu criara o Dinâmico R ainda quando criança e continuava sonhando com a publicação de minha revista em quadrinhos. Esse era o sonho desde a infância.
Escrever as histórias eu escrevia, desenhar que era o problema. Uns cinco anos antes eu havia conhecido o Fábio Gords, e começaram a surgir os primeiros desenhos, mais pensando em fazer um jogo de vídeo-game, mas os quadrinhos eram a verdadeira meta.

Desenhar uma revista em quadrinhos, porém, mostrou-se não ser tão simples. Faltava experiência e conhecimento, embora eu fosse atrás, e consumisse livros teóricos como os de Will Eisner e Scott McCloud, além de vários títulos de HQ.

Da junção entre escrita e desenho que caracteriza uma uma história em quadrinhos, eu percebi que a escrita era onde eu conseguia fazer o meu personagem tomar forma. Fui elaborando cada vez mais, passando por várias versões, até chegar ao formato que se mostraria o definitivo em 1996, com o batismo dele agora, como o Dinâmico Erre.

Quando soube do concurso, cujo prêmio seria a publicação de mil exemplares, vi ali uma possibilidade. Comecei então a escrever a nova versão da saga. Isso porque eu já tinha uma versão anterior, escrita toda a mão em um caderno. Agora era preciso ir adiante e uma versão digital, quando computadores não eram tão comuns assim, foi tomando forma entre 97 e 98.


O fato é que no dia 10 de dezembro o resultado fora divulgado e eu era um dos vencedores. Uma cerimônia no Foyer do Teatro Nacional, no dia 16, entregou os certificados aos quatro premiados, e eu era de longe o mais jovem de todos. Aos 21 anos eu me sentia como se tivesse ganhado na loteria, ou recebido um Oscar. Uma data marcante na minha história de vida, que não poderia passar em branco hoje, vinte anos depois.

 







Os detalhes de como foi a produção do livro estão publicados em outro post: Diário da edição de um livro. O livro efetivamente levaria bem mais tempo, mas viria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário