domingo, 1 de dezembro de 2024

30 de novembro

Este é um dia no calendário que se tornou marcante para mim já faz algum tempo. Trata-se do aniversário do Cruzeiro. Minha Região Administrativa, meu bairro (nome que não se usa em Brasília, mas se aplica muito bem à realidade cruzeirense, como parte do Plano Piloto).

Decreto nº 10.972, 30 de dezembro de 1987, declarou a data oficial de fundação do Núcleo Urbano do Cruzeiro. Foi muito importante este reconhecimento, pois buscava atrair maior atenção por parte do GDF para nossa cidade, até então um “primo pobre” do Plano Piloto. Logo depois viria o desmembramento e o Cruzeiro se tornava um Região Administrativa.

Eu realmente não lembro das primeiras comemorações deste aniversário, pois era muito novo. A lembrança mais antiga que tenho é de 1992. Havia um cartaz na minha escola, o CIE, com o desenho de uma moeda e o slogan: “Cruzeiro valorizado”, brincadeira com a moeda da época no Brasil.

Eu morava em Taguatinga na época, mas já era apaixonado pelo Cruzeiro. Lembro que pedi ao seu Antônio (bedel da escola) para me dar o cartaz. Ele disse não poder, pois era para divulgar o aniversário. Se tivesse me dado, tenho certeza que o teria até hoje em meio às minhas relíquias, hehe.

Este dia foi escolhido tendo como referência a chegada de Dona Ivone ao Cruzeiro em 1959. Como não houve uma fundação oficial, o GDF acatou a sugestão do Departamento cultural da Aruc para esta data como forma de simbolizar o aniversário, mas também como um dia que não teria outras cidades aniversariando também e assim o Cruzeiro receberia um foco maior neste período.

Eis que em dezembro de 1995 é criado o feriado distrital do Dia do Evangélico. No ano seguinte o feriado cairia em um sábado e em 97 num domingo, o que dissipou a atenção ao feriado.

Foi em 1998 que o feriado aconteceu em dia de semana e lembro de ter gerado uma certa surpresa até.

Nada contra o feriado e a comemoração dos evangélicos, mas de fato ele roubava o foco do Cruzeiro e isto me incomodou particularmente.

De todo modo era um feriado. E não lembro de muitas comemorações nos anos seguintes. Passou a ser um dia em que aproveitava para fazer outras coisas que gosto.

Lembro de ter feito uma maratona com os três filmes de Indiana Jones em uma ocasião neste dia. Não lembro qual ano.

Logo viria a tradição do Corte do Bolo, que aumentava um metro a cada ano. Não lembro qual foi a primeira vez que participei, mas ia sempre que podia. Outros anos acabei fazendo algo para celebrar o dia de algum modo.

Em 2001 apresentamos a peça de teatro “O Dinâmico Erre”, do grupo teatral Noigandres no auditório do CIE (Centro Educacional 02 do Cruzeiro). Em 2007 conheci aquela que seria minha primeira esposa. Embora não estejamos mais juntos, foi mais um elemento para o dia.

Em 2009 organizei uma Semana Cultural pela Prefeitura Comunitária em defesa do Cruzeiro Novo, com algumas atividades culturais no CEF 02, atual CEFAB.

Foi em 2012 que organizei pela primeira vez o aniversário oficial, na condição de Gerente de Cultura. Neste ano e no seguinte realizamos um baile no Salão da Igreja Santa Terezinha, onde fizemos o corte do bolo e coroamos as rainhas da terceira idade.

O que eu mais gostei, porém, foi o de 2014, 55 anos, quando voltamos com o corte do bolo no Ginásio do Cruzeiro, com presença de moradores e das escolas, desfile pela Avenida das Mangueiras e inauguração da escultura com o símbolo.

De lá para cá, devo ter ido a quase todas as comemorações, principalmente no corte do bolo, e algumas vezes no baile da cidade.

E em 2024 minha celebração ao Cruzeiro se deu no dia 28 com o Sarau Cruzeiro em Letras da Academia Cruzeirense de Letras. Não pude ficar para o bolo dos 65 anos.

A razão foi uma outra paixão. Sou cruzeirense da gema, mas botafoguense de coração. E o 30 de novembro de 2024 ficará marcado para sempre como o dia em que conquistamos a Taça Libertadores da América. O jogo foi em Buenos Aires, mas eu vim ao Rio de Janeiro para acompanhar tudo na sede do clube.

Foi uma das maiores alegrias da minha vida. Momento inesquecível, o qual ainda estou vivendo, pois escrevo esta crônica no dia 1° de dezembro, na sombra de uma árvore na Praia de Copacabana.

Logo mais será a recepção aos jogadores que chegam da Argentina com a taça. Parei para fazer este relato, pois 30 de novembro é efetivamente um dia histórico. Para mim, por motivações diversas, porém, todas muito felizes.

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