terça-feira, 4 de março de 2025

E no carnaval, a luta do bem contra o mal

Há um ano era realizado mais um desfile de rua da ARUC no Cruzeiro. O ano de 2024 não teria o desfile oficial de Brasília, e como presidente da agremiação resolvi lançar um enredo para inovar e fiz uma referência ao personagem de minha criação, o Dinâmico Erre, se encontrando com a mascote Garuquinho, o gavião azul criado por Tomaz André.

Veio a reação desmesurada de um pequeno grupo de ex-presidentes repudiando a iniciativa, com uma carta que terminava dizendo: “Escola de Samba não é desenho animado”.

O manifesto não só foi ignorado, como o desfile foi realizado e foi um sucesso, como se pode ver nas imagens da época.

Mas porque voltar a este assunto um ano depois? Pelo contexto que mostra que o tempo é o senhor da razão.

Hoje tivemos o resultado do desfile de São Paulo e a campeã foi a Rosas de Ouro com um enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, que ao abordar os diferentes tipos de jogos, deu grande destaque aos video-games com um carro alegórico sobre o Super Mário Brothers.

E este Universo Geek, que envolve games, quadrinhos, filmes e seus mais diversos personagens é uma forma de expressão das mais queridas tanto pela juventude quanto por adultos que cresceram com ele. E tal tema foi campeão em São Paulo. Quem diria, hein?

Ao mesmo tempo, poucos dias atrás, uma declaração do carnavalesco Paulo Barros causou um rebuliço ao afirmar que haveria excesso de enredos com temática africana.

Este é o ponto que quero chegar. Não se pode ignorar jamais a origem negra desta forma de expressão da qual sou grande apreciador, o desfile das Escolas de Samba.

A negritude é ponto central e histórico e isto ninguém tira, mas os desfiles podem falar de praticamente tudo. Esta é a beleza da diversidade cultural. Creio que o único limite para se desenvolver enredos é o respeito, mas todo tema é válido. Basta ser bem desenvolvido e você pode falar de quadrinhos ou video-games; religiosidade africana ou até católica como vi nos desfiles em Recife neste ano. A cultura engloba todo o fazer humano, então, se houver respeito pelo que se aborda, qualquer assunto pode se tornar um bom enredo.

Parabéns à Rosas de Ouro pelo título deste ano. Eu me senti particularmente contemplado e sigo com o propósito de um dia desenvolver um enredo sobre a história dos quadrinhos nacionais.

E fica o samba enredo da ARUC 2024 para relembrar, pois este “é o samba que está no gibi”.

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